O Louvor que Agrada a Deus
O verdadeiro louvor é centralizado em Deus (João 4.23). Não é centralizado em sentimentos, gostos pessoais ou em emoções e surge a partir de um contínuo andar com Deus. A obediência espiritual a Palavra de Deus é, sem dúvida, o fundamento da adoração verdadeira. Em Hb 13.15 diz: Ofereçamos a Deus sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que confessam o seu nome”.
Salmos 150.1-6
I. O CÂNTICO CONGREGACIONAL
A música sacra e o cântico congregacional são dois elementos indispensáveis na liturgia do culto cristão.
1. A música sacra. É a arte que, dispondo das ciências musicais e acústicas, das cordas vocais e de instrumentos músicos, tem por objetivo primacial enaltecer a Deus como o Criador e Mantenedor de todas as coisas através da harmonia, melodia e ritmo (1Cr 16.23; Sl 96.1). Jubal foi o primeiro ser humano a interessar-se pela arte musical (Gn 4.21).
2. O cântico congregacional. É a participação de toda a congregação dos fiéis nos hinos em louvor ao Todo-Poderoso. O cântico congregacional teve início com o rei Davi, segundo podemos depreender, da história do Filho de Jessé; atinge, porém, o auge no reinado de Salomão. O primeiro organizou os músicos e cantores em turnos e corais (1Cr 23.1-26.32); o segundo sustentou-os, a fim de que o culto a Jeová fosse coroado de glória e divino resplendor (2Cr 5.12-14).
II. OS FUNDAMENTOS DA MÚSICA SACRA
Aos músicos e compositores bíblicos exige-se não somente a arte, mas principalmente correção doutrinária.
1. O preparo teológico dos músicos e compositores bíblicos. Os compositores bíblicos foram notáveis teólogos. Autor do Salmo 90, foi Moisés o legislador dos hebreus e o maior profeta do Antigo Testamento (Dt 34.10). Quanto a Davi, considerado profeta do Senhor, compôs a maioria dos salmos (At 2.29,30). Já Salomão, seu filho, celebrado pelo mesmo Deus como o mais sábio dos homens, além de compor os cantares, os provérbios e o Eclesiastes, deixou-nos um belíssimo salmo (Sl 127; Pv 1.1).
No Salmo 73, Asafe louva ao Senhor tratando de um dificílimo problema existencial: “Por que sofrem os justos”. Jeremias, por seu turno, inspirado pelo Espírito Santo, cantou as tristezas e desditas da Cidade Santa. E os poemas de Isaías e de Habacuque? O primeiro cantou os sofrimentos do Messias, descrevendo o seu ministério com vivas cores. Como não chorar ante o capítulo 53 de seu livro? Já o segundo mostra a alegria que deve acompanhar o servo de Deus nas adversidades e tribulações.
2. Qualificações de um músico verdadeiramente cristão. De um músico sacro exige-se não somente a arte, mas principalmente a correção doutrinária; ele é o teólogo que verseja o conhecimento bíblico. Com singular habilidade, harmoniza e ritma a verdadeira teologia. Aliás, parte da hinódia cristã foi composta por doutores nas Escrituras como Ambrósio, Martinho Lutero e Charles Wesley.
Infelizmente, com o esfriamento do amor à Palavra de Deus, a música sacra é logo substituída por arremedos melódicos e heréticos.
III. A MÚSICA NO CRISTIANISMO PRIMITIVO
A Igreja de Cristo, desde o seu nascedouro, compreendeu perfeitamente a função da música em sua liturgia.
1. O exemplo do próprio Cristo (Mt 26.30). Na noite de sua paixão, o Senhor Jesus cantou um hino, mostrando que, mesmo nos momentos mais difíceis é possível entoar louvores ao Pai Celeste. Que hino era aquele? Provavelmente um dos salmos messiânicos de Davi. O Salmo 22? Um dos hinos pascais? Embora não o saibamos, de uma coisa temos absoluta certeza. Jesus ensina-nos que a música, autenticamente sacra, faz parte de nossas disciplinas espirituais; por intermédio destas, edificamos o nosso caráter e fortalecemos a nossa fé.
2. A doutrina litúrgica de Paulo. Algumas vezes, confundimos liturgia com formalismo. Entre ambos, contudo, há diferenças. Liturgia é o culto público que prestamos a Deus; formalismo, o culto que, embora belo, é destituído de seu real valor. Voltemos ao Novo Testamento. Sua liturgia era mui singela; entretanto, carregada de significados.
Quando nos reunimos, um tem salmo, outro apresenta cânticos espirituais e ainda outro, a doutrina cristã (1 Co 14.26). E os dons espirituais? Este manifesta-se em línguas estranhas; aquele as interpreta. Este traz a revelação; aquele a palavra da ciência. Este a cura divina; aquele as maravilhas (1 Co 14.27-33). Eis uma reunião verdadeiramente pentecostal.
Na carta aos efésios 5.19, o apóstolo Paulo disse: “falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração’. As instruções de Paulo sobre o louvor enfatizam o entendimento e a participação ativa do coração e da voz do adorador.
Aliás, o apóstolo Paulo, à semelhança do Senhor Jesus, utilizava-se também, em suas devoções, a música sacra. Quando encarcerado em Filipos, de tal forma cantou juntamente com Silas, que o seu louvor a Deus veio a abalar os alicerces da prisão (At 16.25-31).
CONCLUSÃO
O louvor que a agrada Deus vem de um coração quebrantado e contrito (Sl 51.16,17) e pode ser expresso por palavras e ações. O Salmo 100.1-5 diz: “Celebrai com júbilo ao Senhor, todos os moradores da terra. Servi ao Senhor com alegria e apresentai-vos a ele com canto. Sabei que o Senhor é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto. Entrai pelas portas dele com louvor e em seus átrios, com hinos; louvai-o e bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, e eterna, a sua misericórdia; e a sua verdade estende-se de geração a geração”.
O louvor que agrada a Deus, não pode ser forçado nem fingido, mas espontâneo, tem que ser autêntico, deve ser feito por pessoas que tem suas vidas consagradas ao Senhor.