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O Livre Arbítrio e a Soberania de Divina

O Livre Arbítrio e a Soberania de Divina

Cada um defende um ponto de vista diferente; uns citam Calvino, outros Armínio, como se a Escritura não fosse clara o suficiente para tratar do tema. Mais importante do que as argumentações de um teólogo são as afirmações absolutas e singulares das Sagradas Escrituras.

Deus, em sua soberania, oferece graciosamente a salvação para todos os homens que, de acordo com o seu livre-arbítrio, podem aceitar ou recusar o convite.

Ef 1.3-23

 

 

I. A CHAMADA PARA A SALVAÇÃO

 

1. A chamada é universal. O termo “chamada”, no original, é traduzido em Efésios 1.18 por “vocação”, ou “chamamento”. Quando aplicado à provisão da salvação por Deus, diz respeito ao gracioso ato divino pelo qual Ele chama os pecadores para a salvação em Jesus Cristo, a fim de que sejam santos (Rm 8.29,30; 11.5,6; Gl 1.6,15).

Esta chamada ocorre mediante a proclamação do Evangelho (Jo 1.10,11; At 13.46; 17.30; 1Co 1.9,18,24; 2Ts 1.8-10; 2.14). Segundo as Escrituras, é da vontade de Deus que todos os homens sejam salvos, isto é, que todos atendam ao chamado divino para a salvação (At 17.30; 1Tm 2.3,4; 2Pe 3.9 cf. Mt 9.13;). É uma vocação que opera para a salvação, fundamentada na escolha do homem (At 13.46-48).

A vocação divina para a salvação do homem é uma obra da qual a Trindade participa: é atribuída ao Pai (1Co 1.9; 1Ts 2.12; 1Pe 5.10) ao Filho (Mt 11.28; Lc 5.32; Jo 7.37) e ao Espírito Santo (Jo 14.16,17,26; 16.8-11; Jo 15.26; At 5.31,32).

2. Seus propósitos. A chamada divina para a salvação tem propósitos claros e específicos nas Escrituras. Fomos chamados por Deus: para sermos de Cristo (Rm 1.6; 1Co 1.9); para a santificação (Rm 1.7; 1Pe 1.15; 1Ts 4.7; Hb 12.14b; Ef 1.4); para a liberdade (Gl 5.1,13); para a paz (1Co 7.15; Lc 7.50; 8.48; Rm 5.1); para o sofrimento (Rm 8.17,18): e, para a glória (Rm 8.30). Estes propósitos auxiliam na compreensão do sentido do texto de Efésios 1.18, que recomenda que saibamos qual seja a esperança da nossa vocação.

3. O papel do Espírito Santo. Jesus, ao prometer o Consolador, fez menção de seu papel no mundo: Convencer o mundo do pecado (Jo 16.8-10). Embora a oportunidade de salvação seja para todos, uns se arrependem de seus pecados e aceitam a misericórdia de Deus em Cristo (At 2.37). Outros, no entanto, admitem a culpa, mas não estão dispostos a confessá-la, tornando-se mais resistentes (Jo 1.10,11; At 13.46; 17.32; 2Ts 1.8-10; Hb 3.7,8).

Ele também convence o mundo da justiça, mostrando que a cruz não representou o fim da trajetória de Cristo que, ressurreto, acha-se, agora, à direita de Deus; por Ele, todo homem pode viver como justo neste mundo (Fp 1.10,11; 2.15; Tt 1.8). O mesmo Espírito também convence o mundo do juízo vindouro, pois os que rejeitam a Cristo serão condenados, assim como o Diabo que já se encontra julgado (Mt 25.41; Jo 16.11).

 

II. O LIVRE-ARBÍTRIO E A SOBERANIA DIVINA

 

1. No Éden. Em Jó 42, a soberania de Deus excede qualquer vontade humana; mediante esta soberania, Ele nos concede o livre-arbítrio. O Deus soberano, criador de todas as coisas e regente supremo de todo o universo, decidiu dar-nos a capacidade de escolher entre a natureza santa e a pecaminosa. No próprio Éden, Deus concede a liberdade para o homem escolher entre o certo e o errado, entre a vida e a morte, entre a natureza divina e a natureza carnal (Gn 3.1-13; Dt 30.19).

2. Escolhendo uma vida santa. Temos a capacidade de escolher em qual das duas naturezas desejamos viver: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade” (Gl 5.13). Quando escolhemos a natureza pecaminosa, inclinamo-nos à carne e às obras pecaminosas (Rm 8.6,7). Mas, ao decidirmos viver uma vida santa, voltamo-nos às coisas do Espírito (Rm 8.5,9,14), produzindo obras dignas de um verdadeiro filho de Deus (Rm 6.18,22; Gl 5.22).

O livre-arbítrio concedido por Deus não foi anulado pelos efeitos do pecado. Nós, os que decidimos por uma vida santa, estamos tanto sob a soberania de Deus quanto debaixo do livre-arbítrio concedido por Ele (Ap 3.20).

 

III. A SALVAÇÃO

1. É para todos, individualmente. O Novo Testamento apresenta a realização da nossa salvação como algo efetuado por Deus de forma pessoal e singular “...todo aquele que nele crê...” (Jo 3.16); “...aquele que vem...” (Jo 6.37); “...todo aquele que invocar...” (Rm 10.13); “...eu nele...” (Jo 15.5). Deus nos predestinou para Ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade (Ef 1.5).

A eleição divina foi feita com base em seu amor por todos os seres humanos (Jo 3.16; 1Tm 2.3,4). O cuidado de Deus também é visto até mesmo para com os rebeldes (Ez 33.11). Pedro afirma que Deus não faz acepção de pessoas (At 10.34). Isto afasta toda e qualquer possibilidade de a eleição ser fatalista, segundo a qual seria inútil tentar mudar o quadro da nossa vida futura.

Nossa decisão pessoal de crer, ou não crer em Cristo, tem consequências eternas em nossa vida. Foram estas as palavras proferidas pelo Senhor Jesus: “quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16).

Os que não aceitam a Jesus como seu Salvador são os únicos responsáveis pelos seus atos, visto ser a vontade de Deus que todos os homens se salvem (2Tm 2.3,4). O interesse de Jesus por todos é manifesto em sua pergunta, quando realçou claramente a dureza dos corações daqueles que o recusaram: “... não quereis vir a mim para terdes vida?” (Jo 5.40 cf. Mt 23.37). O evangelho é um presente de Deus para todas as pessoas, cabe a cada uma delas aceitá-lo ou não. Jesus convida a cada um, indistintamente: “Vinde a mim...” (Mt 11.28); “... Aquele que tem sede venha e quem quiser receba de graça da água da vida” (Ap 22.17).

2. A regeneração. A regeneração é uma ação do Espírito Santo, mediante a qual Ele cria uma nova natureza no homem (Jo 3.3,6; Tt 3.5; 1Pe 1.2,23 cf. Jr 31.33; Ez 36.25-27). Este ato milagroso ocorre simultaneamente à conversão a Cristo. Quando o ser humano morto em delitos e pecados, aceita a Cristo, é vivificado espiritualmente (Ef 2.1,5,6; Rm 7.6). Esta obra, além de vivificar o espírito, alcança cada parte da natureza humana (2Co 5.17; 7.4,6; 1Ts 5.23).

A regeneração é indispensável porque, sem Cristo, o pecador é incapaz de obedecer e agradar a Deus (Sl 51.5; 58.3; Rm 8.7,8; 5.12). Embora seja uma radical transformação operada por Deus em nosso interior, é necessário que estreitemos a cada dia o nosso relacionamento com Jesus, a fim de que cheguemos à medida da estatura completa de Cristo (Ef 1.13; 1Pe 1.15).

3. A justificação. Enquanto a regeneração modifica a natureza do crente; a justificação muda a posição dele diante de Deus. O sacrifício expiatório de Cristo no Calvário é a provisão divina para garantir ao homem a posição de justo diante de Deus (Rm 3.25; 5.9; Ef 2.13; 1Pe 1.4,5). Uma vez regenerado, o homem, por meio da fé, é justificado gratuitamente mediante o preço pago por Jesus Cristo na cruz (1Pe 2.18-23; Rm 3.22,24,25,28; 5.1,9).

Portanto, a justiça do crente não provém das obras da lei (Gl 2.21), mas da maravilhosa graça do Senhor: “Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus” (Rm 3.24). Mediante a justificação, Deus absolve o pecador da condenação e declara-o justo perante Ele (Rm 8.30; 5.18).

4. O processo da santificação. Trata-se de uma obra progressiva realizada por Deus através do Espírito Santo. É um processo que se inicia com a conversão do crente, tornando-o santo, e que deve continuar por toda a vida (2Co 3.18; 1Ts 5.23; Hb 12.14).

Na santificação, o estado moral da pessoa é moldado de acordo com os padrões de Cristo (2Co 3.18; Ef 4.12-14; 2Pe 1.4). Neste processo, é indispensável a participação do homem (Fp 2.12; 1Pe 1.16; Ap 2.10), visto que, com a vocação divina, somos chamados para cumprir a vontade de Deus (Rm 12.1,2; 1Ts 4.3; 5.18; Hb 10.36; 1Pe 2.15; 4.2; 1Jo 2.17). Sem a santificação, jamais veremos o Senhor.

 

CONCLUSÃO

O convite gracioso de Deus para a salvação é independente dos méritos pessoais do homem. É da vontade de Deus que, sem exceção, todos os homens se salvem.

 

Bibliografia

BERGSTÉN, E. Introdução à Teologia Sistemática. CPAD, 1999.

 

 

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Pr. Izidro OliveiraDiretor do IBADEBEste endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Izidro Milton é pastor da Assembleia de Deus de Brasília – ADEB, Diretor do IBADEB - Instituto Bíblico da Assembleia de Deus de Brasília e professor universitário. É Bacharel em Teologia e Graduado em Filosofia e Pedagogia. Pós-graduado em Ciências da Religião e Psicologia da Educação e Mestre em Ciências da Educação pela UEP/UFRN.

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